terça-feira, 20 de janeiro de 2015

#Entomologia Forense: A entomologia forense e suas áreas





A Entomologia Forense é uma ciência que aplica o estudo dos insetos a procedimentos legais. Pode ser dividida em três categorias que, freqüentemente, são alvos de processos litigiosos. A primeira categoria inclui a entomologia forense urbana, que aborda os problemas causados por insetos que destroem imóveis (normalmente moscas e cupins). A segunda categoria refere-se à entomologia forense de produtos de estocagem, como alimentos armazenados com o objetivo de posterior distribuição para consumo e outros. A terceira categoria é representada pela entomologia médico legal ou médico criminal, que envolve o uso de artrópodes, em geral, na solução de crimes. Na questão legal, sua aplicação pode ser na área de entorpecentes, assassinatos, suicídios e mortes violentas de pessoas, como também, do gado e espécies protegidas.


Segundo Keh, os insetos ligados aos cadáveres em decomposição são classificados em:

(a) insetos necrófagos, são aqueles que colonizam a carcaça e seus imaturos ou adultos se alimentam de tecidos animais em decomposição. É o grupo de maior importância para a Entomologia Forense e está representado pelas moscas e besouros;

(b) insetos onívoros, se alimentam de corpos em decomposição (carcaças) e da fauna associada. São formigas e vespas;

(c) insetos parasitas e predadores, os parasitas são aqueles que se utilizam da entomofauna cadavérica como fonte de recursos para o seu próprio desenvolvimento, enquanto os predadores se alimentam das larvas de outros insetos e também dos adultos. Nesse grupo encontram-se os Himenópteros, Coleópteros, Dípteros Muscóides (moscas) e Dermápteros (tesourinhas). Existe ainda, um quarto grupo de organismos que encontra o cadáver ao acaso, constitui-se de visitantes acidentais e são representados pelasaranhas, centopéias e ácaros.

Uma sucessão de insetos, conhecida como “onda seqüencial de colonização”, pode ocorrer em um cadáver, após sua morte, de maneira semelhante quando ele é de porco, coelho ou humano. Por ser previsível, este fato pode ser usado em medicina legal como um método faunístico para determinar o tempo decorrido desde a morte e, inclusive, as condições ambientais predominantes durante esse acontecimento.

As fases de decomposição de um cadáver (estágio fresco, inchamento, decomposição ativa e esqueletização) atraem diferentes tipos de insetos8. Um cadáver fresco é colonizado primeiramente, por moscas (Diptera:Calliphoridae) e moscas domésticas (Muscidae) que chegam em algumas horas e fazem posturas de ovos ou larvas vivas (Calliphoridae pode ser ovípara e vivípara) em aberturas naturais (nariz, boca, ouvido e ânus). A segunda onda é de sarcofagídeos (Diptera: Sarcophagidae) que chegam à medida que o cadáver desenvolve odores. O desenvolvimento dessas larvas em maduras, que deixam o cadáver para empuparem longe do local onde se alimentaram é dependente da temperatura. Com base nesse conhecimento estima-se o tempo pós-morte do cadáver. À medida que o cadáver envelhece, surgem larvas e adultos de coleópteros e outros dípteros.

Renata Ribeiro Stamato
Bióloga em formação (2015) pelo Centro Universitário Barão de Mauá
Atualmente trabalhando no IPEBJ em Ribeirão Preto.
Coordenadora do Laboratório de Entomologia Forense do IPEBJ de Ribeirão Preto.
Professora de Biologia no Estado nos anos de 2012,2013,2014

Colaboradora: Ariadne Costa




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